Low-Code: Viabilizando a TI Bimodal
Recentemente, o Gartner divulgou um estudo que aponta que 60% das empresas no mundo adotarão Low-Code como a sua principal plataforma de desenvolvimento até 2028, e que, até 2029, 8 em cada 10 organizações utilizarão esta abordagem de desenvolvimento para a criação de aplicações críticas ao negócio.
Há medida que as barreiras entre os países diminuíram, que os avanços em tecnologia e comunicação aceleraram, e que começaram a surgir consumidores que desejam usufruir de uma experiência de consumo cada vez mais digital, as áreas de TI passaram a desempenhar um papel cada vez mais estratégico nas empresas.
O senso de urgência imposto por estes novos imperativos modernos fizera com que as organizações, em todos os segmentos de atuação, corressem desesperadamente para se digitalizarem, e, para isso, investiram massivamente em pacotes de sistemas já prontos, que abrangem uma grande quantidade de áreas chave das empresas, e implementam, no menor tempo possível, processos padronizados e validados para cada indústria. A grande referência deste movimento são os sistemas ERP da SAP, utilizados como peça central na estratégia de TI na maioria das empresas até hoje
Acontece que é impossível exigir que sistemas feitos com uma mentalidade voltada a padronização possam atender a variedade de necessidades e particularidades que cada empresa possui. Assim, foi inevitável que se começasse a inserir customizações nos códigos iniciais destes sistemas centrais padronizados, encarecendo e dificultando os processos rotineiros de aplicação de correções, melhoria contínua e até de atualização tecnológica.
Com o desenvolvimento das ofertas de soluções na nuvem, começaram a surgir no mercado as aplicações SaaS, altamente especializadas, e facilmente integráveis a estes sistemas centrais, popularizando no mercado de TI nomes como SalesForce, ServiceNow e WorkDay, entre muitos outros. Inicialmente pareciam ser a solução ideal para se diminuir e até evitar as customizações nos sistemas centrais padronizados, mas na prática o resultado acabou sendo diferente.
Como as aplicações SaaS utilizam uma abordagem também padronizada, elas invariavelmente necessitam de customizações para atender todas as particularidades que as áreas de negócio exigem. Com isso, em vez de resolver, apenas espalhamos o problema da customização por mais lugares. Agora é necessário adicionar customizações aos sistemas centrais e também às diversas aplicações SaaS complementares, aumentando a complexidade dos ambientes tecnológicos das empresas, e exigindo o direcionamento de cada vez mais dinheiro para as atividades operacionais e menos estratégicas.
Enquanto os gastos operacionais aumentavam, chegando hoje a representar mais de 70% do budget das áreas de TI, a expectativa dos clientes e consumidores evoluiu. Agora eles não esperam apenas uma boa experiência digital, mas sim uma experiência particularizada. Neste cenário, fica difícil imaginar como estes sistemas padronizados, sozinhos, podem ser a resposta para esta demanda por inovação e diferenciação, sendo necessário abordarmos este problema por novos ângulos.
Alinhados com uma visão Bimodal da TI, a solução tecnológica ideal para resolvermos este impasse é composta por uma abordagem dupla. De acordo com este conceito, introduzido pelo Gartner já há mais de 10 anos, a orientação é, de um lado, comprarmos os sistemas centrais e as aplicações SaaS especializadas sempre que houver uma grande aderência aos processos e necessidades da empresa, mantendo-as sem ou com um mínimo de customizações; e, de outro lado, construirmos as funcionalidades que complementam, integram e inovam estes diferentes sistemas e aplicações em plataformas de desenvolvimento voltadas especificamente para este fim.
Um bom exemplo do uso desta solução com abordagem dupla é a que está sendo adotada pelas empresas para atualizarem com sucesso seus sistemas ERP SAP para a versão mais recente, S/4HANA. Não é incomum encontrarmos instalações de ERP SAP com milhares e até milhões de linhas de código customizadas. Nestes casos, as equipes de TI estão utilizando a plataforma Enterprise Low-Code da OutSystems para reconstruirem de forma muito rápida e otimizada estas customizações em aplicações facilmente integráveis aos sistemas SAP que as originaram, voltando a ter uma instalação ERP SAP padronizada, e fácil de ser migrada para a versão mais recente.
A plataforma OutSystems, com sua abordagem de desenvolvimento Low-Code componentizado, onde componentes de código pré-prontos, testados e validados são reunidos de forma visual, rápida e assertiva para a criação de serviços e aplicações que podem atender demandas de qualquer área, magnitude e abrangência, nos permite estender sistemas e aplicações, mas também modernizar aplicações legadas, automatizar processos, remover os fatores que impedem a adoção da IA e inovar o nosso negócio.
É por isso que os analistas projetam para os próximos anos um aumento substancial no uso das plataformas Low-Code para a criação irrestrita de aplicações nas empresas. Entre muitos benefícios, elas nos ajudam a viabilizar a implementação de uma visão Bimodal em TI, unindo as estratégias “comprar” e “construir” de forma harmoniosa e complementar. Em alguns casos é bom comprar pronto, mas sempre que houver necessidade, não devemos esquecer de utilizar a plataforma OutSystems para construir tudo o que nós precisarmos.